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Perfil:

Literaterras, nome da coleção que se inaugura agora no selo do Labed, é uma homenagem ao núcleo transdisciplinar homônimo, coordenado pela professora Maria Inês de Almeida, da Faculdade de Letras, criado em 2002 a partir do grupo de pesquisas Literatura e Psicanálise. O Núcleo era um laboratório de “escrita, leitura e tradução”, baseado no conceito lacaniano “lituraterra”, onde ocorreria a “prática da letra”, segundo o pensamento da tradução e da edição como formas de vínculo entre escrita, leitura e terra – lugar da literatura. A linha de maior destaque de pesquisa do grupo Literaterras foi a edição de textos indígenas de autoria coletiva, sob o olhar cuidadoso de Maria Inês, cujo trabalho com eles se iniciou em 1996 e se mantém ainda hoje. Durante os anos em que o grupo ficou ativo, foram cerca de 130 títulos produzidos, em laboratórios de edição envolvendo professores e estudantes da UFMG. E de outras instituições. A coleção Literaterras visa também tornar as produções do núcleo de pesquisas homônimo acessíveis aos leitores, contribuindo para o conhecimento das línguas e literaturas indígenas no Brasil.

Os primeiros títulos da coleção, coordenados por Alice Bicalho, são fruto de duas disciplinas do curso de Edição da Fale/UFMG. Nelas os estudantes leram 9 obras de autoria Xakriabá anteriormente publicadas pelo grupo de pesquisa Literaterras. Após selecionarem textos, apresentaram uma proposta de antologia para as pesquisadoras Xakriabá, Cheila Araújo, Célia Fiúza e Fernanda do Carmo, que deram orientações fundamentais para a organização das obras. Trata-se de uma série de quatro livros, cada um deles abordando um espaço simbólico: Céu, Terra, Gruta e Plantas. Os livros foram organizados e preparados por uma primeira turma com a qual o debate central foi o trabalho com o texto de fonte oral e as contribuições do trabalho editorial para o registro do português indígena. Linha de pesquisa que também retoma as pesquisas do grupo Literaterras.

Como não cabe a editores definir escolhas políticas para a língua de um povo, mas contribuir com uma perspectiva coletiva de construção destas, optou-se por manter as diferentes formas de grafar o português Xakriabá, considerando que essas obras podem se tornar referência para escolhas e estudos futuros a esse respeito. Em uma segunda disciplina, os estudantes leram as obras organizadas pela turma anterior, elaboraram paratextos, criaram, coletivamente, com a orientação do professor de Design, Rafo Babosa, o projeto gráfico dos livros. Fizeram revisão de provas e, em oficinas ministradas por Ranison Xakriabá, Bruni Gonçalves e Juliana Gontijo, criaram capas cartoneras de quase 200 exemplares encadernados artesanalmente. O objetivo fundamental, em termos editoriais, desse projeto consiste na realização de livros que possam ser impressos e encadernados de forma autônoma por professores e estudantes de escolas indígenas e não indígenas. Os professores podem, portanto, incluir no seu trabalho de leitura da rica literatura Xakriabá, um trabalho de arte para a criação e encadernação dos livros.

O logotipo da coleção Literaterras foi elaborado pelos estudantes Helena Macedo e Pedro Ferreira do curso de Design da UFMG, orientados por Rafo Barbosa. O logotipo procurou demonstrar na escolha das fontes, a multiplicidade dos povos indígenas no Brasil apontando tanto para o trabalho realizado por anos pelo grupo Literaterras, como para os outros livros que constituirão esta coleção.

 

  • Dimensão: 15 x 21 cm
  • Formato: digital e impresso (sob demanda)

 

  • Tiragem impressa: 200 exemplares.
  • Encadernação e capa: tiragem cartonera (arte exclusiva sobre papelão reaproveitado) e costura panfleto (três pontos)

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